sábado, 29 de março de 2008

Alter ego

Faltavam 30 minutos para a aterragem e despertei em mim o meu alter ego, Johnny Bravo de seu nome, aquele aperto na barriga quando nos aproximamos da pista é brutal, que sensação, aterramos e seguidamente a porta abriu-se e aquela brisa fresca invadiu o avião e já está, FRLÓ, desembarquei longe mas tão perto, aquele local mágico parecendo a minha casa.
O meu mundo parou, 192 horas de puro alter ego, esqueci tudo e todos e disfrutei magistralmente de tudo e todos, foi brutal. A impaciência que reinava dissipou-se, escapuliu-se, sobrou a alegria, a energia para aproveitar tudo e todos, as horas passaram tudo se fez, ela ficou mais velha mas linda como sempre, o cansaço reinava mas a vontade era imperialistam, carpe diem, gritavam de dentro de mim e carpe diem venceu, mataram-se saudades, trocaram-se olhares perdidos, pediram-se gargalhadas e até choros segundo alguns. O sol raiou o corpo não resistiui e pediu um pouco mais de descanso foi um dia Santo em todo o mundo. A pick-up percorreu caminhos nunca dantes escolhidos, imagens fantásticas de uma epopeia familiar muito bem vivida, acordaram as corujas estereótipos falaram mais alto e o natural caíu em desgraça, devemos sempre aprender qualquer coisa com as lições que a vida nos oferece, o guerreiro adormeceu sereno e pronto para aprender a sua lição. Outra epopeia familiar bem sucedida, risos, gargalhadas, desabafos, juízos e confissões tudo normal e tudo sereno a trupe dispersou e fullen de ases vence o pot. Uma caminhada curta faltava para o fim da jornada mas as amigas colaram-se e o corpo esmoreceu por 36 horas, apareceu o injectável milagroso que me fez caminhar até aquele que seria o meu último poiso daquela paragem, já despachado e consciencializado do que se iria passar aguentei-me bravamente despedi-me de todos mas quando chega a altura dele se despedir de mim, chega sempre um sentimento que me enfraquece e que me faz querer ficar para sempre, mas anima-me e dá-me força para seguir, com os seus conselhos sábios e vividos, as lágrimas caem-me a olhar para eles e a dizer que vai tudo correr bem o alterego enfraquece quase desaparecendo de dentro de mim, mas resiste e resiste até não ver mais ninguém.
As lágrimas caem-me por mais 2 horas e então acordo e chego à minha vida que está igual ao que estava, limpo a cara e siga, já está, esta é a minha vida, sem eles não existia mas agora estou só fisicamente mas sempre acompanhado no pensamento e no espírito.
É tão bom, mas tão bom mesmo...
FRLÓ!!!

quarta-feira, 19 de março de 2008

Dia do Pai

Começo por dizer que um Pai não se escolhe, temos o nosso.
Um pai é aquela figura prepotente que marca toda a nossa vida como fiél companheiro de lutas e brincadeiras, um Pai tem a palavra e geralmente tem sempre razão, um Pai é Pai e o papel dele só o faz quem quer.
O meu Pai é um homem que admiro e que respeito pelo que foi, pelo que é e pelo que há-de ser, o meu Pai é um amigo, o meu Pai é aquela pessoa suficientemente rígida e severa para ser liberal, sempre nos educou com os princípios da vida bem presentes, com ambição e com garra para vencermos e sermos alguém na vida, o meu pai é um porreiraço. O meu pai sempre fez tudo para que nos sentíssemos bem, mesmo quando marcava as horas para chegar a casa ou dizia que hoje não podia sair de casa, o meu pai sempre deu importância à família e à união da família, incutio-nos esse espírito e de facto é bom estar em família.
Mas os filhos também não se escolhem, podemos educa-los, limita-los, libera-los, mas não se escolhem e de vez em quando desiludem os pais, esforçam-se pouco para viver ou para alcançar objectivos propostos, pensam sempre que têm razão, sabem sempre tudo, não ligam a nada, entendem sempre como mais uma lição de moral "que seca!" pensam os filhos, mas não! Eles de facto têm sempre razão.
Quero dedicar este post ao meu Pai que acima de pai tem sido amigo, compincha, compreendedor, apoiante, duro quando necessário (às vezes é bom para abrirmos os olhos), preocupa-se, sofre comigo, sente a minha dor, sente as minhas ambições, vive as minhas conquistas. Quero dedicar esse post a ele não por ser dia do Pai, mas por ser o dia do meu Pai.
Amo-te amigalhaço.
Ser Pai não é fácil e por isso peço desculpa se não sou um bom filho, erro, triunfo, desisto, ambiciono, sempre a pensar em agradar-te, mas às vezes não é suficiente nem para ti nem para mim, por isso peço desculpa.
Quando for grande gostava de ser como tu...
FRLÓ!!!

terça-feira, 18 de março de 2008

Na outra margem

Fatigado pela pressão existente em seu redor Gennaro sentia-se cansado, atordoado pelo efeito tardio de uma cápsula que tomara, ele sentiu-se estremecer e caíu redondo num solo duro de soalho flutuante. Acordou estremunhado com o canto da boca, que se encontrava mais perto do chão, babado e seco, deambulou estranhamente apoiado nas costas de cadeiras existentes na sala e procurou um copo de água que sabia ter deixado ali aquando tomara a cápsula, deliciou-se com a água limpida e engarrafada que comprara dias antes, soltou um ah! de satisfação. Abriu o outro olho que ainda estava dorminhoco e abriu um pouco da persiana viu o sol, o que o fez despertar mais um pouco, procurava o telemóvel para ver quanto tempo tinha parado no tempo, assustou-se alegremente pois só tinham passado 3h30, passou os olhos pelo visor e procurou milacorosamente pelo símbolo de uma carta, nada, o costume. Desceu as escadas em direcção à casa de banho, banhou-se e perfumou-se com aquele perfume característico que já se tornava imagem de marca, vestiu uma roupa cómoda e apressadamente se dirigiu à cozinha ligou a máquina de café amarela que morava ali há pouco tempo, tirou um café acendeu um cigarro e disfrutou do momento olhando para o infinito pela janela da cozinha.
Destemido e confiante encarou sem problemas mais um dia rotineiro de trabalho, Isabella já tinha saído e tinha deixado um recado junto da jarra de orquídeas que se encontrava no hall da entrada: "Não te quis acordar parecias um anjo. Vemo-nos logo. Beijo Bella Amo-te", satisfeito por ler o recado deixado por Isabella saíu sorrindo com aquele sorrisinho característico.
Chegou do trabalho tarde, o "inferno" tava um caos, doentes e mais doentes, uns sim outros não mas o que se podia fazer a realidade é essa. Ligou a televisão para fazer um zapping enquanto punha qualquer coisa na boca, pouco se passava, tudo na mesma. Desligou a televisão, lavou os dentes e foi-se deitar, lá estava ela Isabella deitada como num conto de fadas, uma verdadeira bela adormecida inquieta para ser beijada ternurantemente e apaixonadamente. Acordou-a, ela sorriu para ele com um olhar esbugalhado de satisfação e fadiga, «só agora diz ela?» «obrigado pelo postal inspiras-me sabes,atrasei-me, fiquei de conversa por causa de umas trocas. E tu já dormes?» «sim tava cansada, fiquei à tua espera mas deixei-me dormir», gennaro beijou-a e a reacção foi positiva, fizeram amor como se fosse a primeira vez, louca e apaixonadamente, entrelaçaram-se no seu jeito comúm e adormeceram, gennaro acordou sobressaltado como se o mundo tivesse desaparecido isabella acompanhou-o e perguntou «que se passa genni?», gennaro com a respiração ofegante respondeu «nada de especial só não me perdoaria se passasse um dia sem dizer que te amo» «eu também te amo genni». Voltaram a aninhar-se e adormeceram.
FRLÓ!!!

segunda-feira, 17 de março de 2008

For now it´s just another lonely day...

Mais um dia que acaba, o sono não chega, inquieto sem razão revejo-me, só e menos contente, apenas me revejo no que é a minha existência. Agora que não tás cá dou valor à falta que me fazes e ao hábito que criei para te poder ver sempre que quero ver uma cara amiga e confidente, tal como a tua música favorita diz por agora é só mais um dia solitário, pst! Tipo coiso!
Madrugada serena envolta em acordes de guitarra, ecoam lembranças, sobressaem os olhos esbugalhados, enaltece a tristeza. Tento vencê-la, não consigo.
Os dedos não param, o pensamento muito menos, uma capacidade absurda para não contrariar situações menos boas faz jús aquilo que sou neste momento, cavaleiro sem cavalo, muralha sem pedra, sol sem raios. Então, reage...
Não consigo, só quero chorar, e choro.
Objectivos sonhados são agora alcançados, tarde demais penso eu, sofro desenfreadamente sem justificação aparente, a situação é sustetável mas magoa, dói, machuca. Loucura serena que me faz rir sozinho quando aqui estou, mas eu levanto-me e ergo-me por de trás da sombra em que me acomo franzinamente, olho e vejo o percurso a percorrer, ele tá lá, só tenho de caminhar direito por essa estrada fora, mas perdoa-me a ignorância se perguntar quem és tu mais do que eu, porque me fazes isso, sentado na berma espero por um anjo que me leve, não quero ir sozinho, tenho medo, o caminho é fácil e iluminado, mas pega-me na mão levam-me deixa-me andar sem medo, só tou à tua espera, não demores.
De olhos fechados vejo a luz branca que me invade o peito, que me segue, que me guia, que me ilumina, prende-me a cabeça ao corpo e faz de mim melhor pessoa e melhor Homem, "não faças aos outros o que não queres que te façam a ti", pensamento contraditório quando só me dá vontade de explodir e disparar palavras sangrentas em todas as direcções, ambições, sonhos, desejos, bah, deixa-me ser o que tenho de ser, não me empurres, ou melhor empurra pode ser que caias e que te passe por cima, não te podia ter tratado melhor amiga vida, sempre foste boa para mim, eu tou grato pelo que fazes, obrigado. Sigo o rasto dos meus inimigos porque estes nunca andam para trás assim não me vêm e os que vêm pensam que sou mais um dos que já tá arrumado, e estou, ou não, AH AH. pssst! tipo coiso!
Feridas abertas jorram sabedoria e amor, não deixo de amar, não ganho o ódio, não sou banal, não sou mais um dos que parasitam com rosas na mão choramingando pela inocência culpada de um acto passado, rebaixei-me duas vezes, humilhei-me duas vezes, por amor sou capaz de tudo, não consigo gostar só me permito amar, mentiria se não me amasse verdadeiramente, a mim e aos que me rodeiam, apaixonado da vida, melancólico e recalcado procuro não sei o quê mas procuro, palavras sábias escritas no meu coração, tatuagem a preto e branco que apenas eu consigo ler, rascunho rasgado e queimado escrito por mim quando me perco, medo tenho pouco, mas tenho, pelo menos transmito que tenho, o homem grande sempre cai, nada de lamúrias um homem só tem de chorar de vez em quando, esse é o poder do amor, claro que sim, pssst! tipo coiso!
Por agora mais um dia solitário, opção pessoal sem dúvida, busca incessante na profundeza do meu ser, amo desenfreadamente porque quero, porque gosto, porque sou assim... Palavras soltas e articuladas traduzem a minha respiração sustida.
Não te escondas véni, preciso de ti, a sério. Vou passar a chamar-te Véni, gostei.
FRLÓ!!!

domingo, 16 de março de 2008

Bloco B

A saudade é daqueles sentimentos que nunca devemos perder, ter saudades é de uma forma ou de outra reviver acontecimentos e situações que nos marcaram, pela positiva e até porque não pela negativa, a saudade representa quem somos e o que fomos, porque as pessoas mudam, e as personagens deste post mudaram todas, tranformaram-se em seres humanos adultos, experientes, maduros "ou não", responsáveis e acima de tudo no meu ponto de vista penso e considero que todos continuaram amigos, uns mais que outros mas AMIGOS.
Bloco B, pavilhão da escola EB 2,3/S Bento Rodrigues, lembram-se? espero que sim.
Era uma vez um grupo de amigos e de amigas que inevitavelmente se encontrava todos os dias da semana no mesmo sítio, atrás do bloco B, nos intervalos, nas horas livres, depois das aulas e até nas baldas, esse grupo de jovens tinha tudo o que se podia imaginar, gente gira, rebelde, descomplexada, complexada, bons e maus feítios (o meu era mau decididamente), amigos, colegas, companheiros de uma luta que se chama adolescência, e que luta essa tão bravamente vencida por todos eles, havia jogos e joguinhos, brincadeiras e trapalhadas, zangas, amúos e discussões, havia cumplicidade e respeito (a maior parte das vezes). Quem não se lembra do jogo do cartão? Quem não se lembra de jogar Ná Chôn? Quem não se lembra dos jantares de aniversário no atlantida? Quem não se lembra das festas em casa da Marisa? Quem não se lembra das festas em casa da Tânia? Quem não se lembra das festas em casa da Bé e do Fonsito? Quem não se lembra dos jogos desportivos? Quem não se lembra das viagens dos gajos para o andebol? E as viagens das gajas para o volei? (Tal como elas e só elas dizem ainda hoje em dia Scronhonhôn du Scronhonhõn... Só códigos!), Quem não se lembra das idas a Fátima? Quem não se lembra dos "Dirty Dolls"? Quem não se lembra dos acampamentos de verão? Quem não se lembra dos banhos noturnos na piscina do aeroporto? Quem não se lembra do Cine-Pub? Quem não se lembra do dia das Amigas e dos Amigos? Dos cinemas? Quem não se lembra do ringue de hoquei ao lado da piscina? E da mata? Ah pois é... Enrriços, curtes e curtições, namoros falhados de adolescentes, vividos intensamente como se não houvesse amanhã, cumplicidade extrema cheia de segredos e segredinhos, compilações de qualidades e defeitos que eram discutidos em público como se de um tribunal se tratasse, conselhos perdidos no ar, sentimentos apaziguados mas nunca esquecidos até então.
Saudade imensa desses tempos, sem preocupações, sem problemas, sem nada, simplesmente vivíamos para aquilo, uns para os outros, com as nossas metas traçadas e não esquecíamos quem eramos, o que eramos e para onde queríamos ir.
Os tempos mudam as pessoas mudam mas o que nos uniu outrora mantém-se lá, distante para alguns perto para outros, para os que ficaram a saudade dos que partiram, para os que partiram a saudade dos que ficaram, aquela ilha mágica que por força do destino nos viu crescer e fez de nós homens e mulheres de valor.
Sem querer ferir a susceptibilidade de ninguém eis alguns nomes dos que passaram muitos ou poucos momentos atrás do Bloco B, perdoem-me se me esquecer de alguém, caso isso aconteça terei todo o privilégio em corrigir o post e inserir o nome dos "esquecidos".
Paulo Andrade (Caveirinha), Hugo Carvalho (Gruta - Papai Gruta), João Filipe Melo, Marisa Bairos (Marisa Anusca), Tania Bairos, Isabel Mota (Bé), Marisa Sousa (Marisinha), Miguel Saraiva, Pedro Vertentes, Raquel Batista, Bruna Batista, Rita Loura, Neuza Cruz, Joana Pombo, Fernando Tavares (Nandinho), Ricardo Morais (Khadassa), Pedro Areias, Ricardinho (Tranquilin), Emanuel Batista, Nuno Saraiva (Braza), Telmo Braga, Denise Batista, Miguel Bairos, Joana Silva, Cláudia Teves, Ricardo Travassos (Káká), André Costa (Cocas), Rui Elizabeth (Pepe), João Ricardo (Rosi), Fernado Braga (ET), Áureo (Tiquinho), João Silva (João Paulo), eramos tantos ou tão poucos, desculpem se me esqueci de alguém, mais uma vez terei todo o gosto em corrigir, não se ofendam.
Tal como na vida as mudanças são fundamentais e inevitáveis, a trupe do Bloco B mudou de poiso e quando já mais crescidinhos mudaram-se para a lateral do Bloco S, aí o mundo escolar era maior as convivências mais abrangentes e o núcleo era enorme, um abraço e um beijinho para todos os que se lembram dessa altura linda, as primeiras experiências, os primeiros namoros, os primeiros beijos, os primeiros excessos, as primeiras loucuras, os primeiros segredos, os primeiros confrontos verdadeiros com a "adolescência".
FRLÓ!!!

sábado, 15 de março de 2008

Gostava de escrever assim...

"Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo. O que eu quero é fazer um elogio do amor puro.
Parece que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Teixeira de Pascoaes meteu-se num navio para ir atrás de uma rapariga inglesa com quem nunca tinha falado. Estava apaixonado e foi para Liverpool. Quando finalmente conseguiu falar com ela, arrependeu-se.
Quem é que hoje é capaz de se apaixonar assim? Hoje em dia as pessoas apaixonam-se por uma questão prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão mesmo ali ao lado. Por que se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria. Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornam-se sócios. Reunem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psicosócio-bio-ecológica da camaradagem. A paixão que devia ser desmedida é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade ficam "praticamente" apaixonadas. Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas e cantina, malta do "tá em, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, babanóides, borrabotas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona?
Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim da tristeza, o desequilibrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental".
Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Por onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, fado, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassado ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa a beleza. É esse o perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para se perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperante. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não está lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sózinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa e o amor é outra. A vida dura uma vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.
publicado por Miguel Esteves Cardoso In "Expresso."
FRLÓ!!!

quinta-feira, 13 de março de 2008

A nossa casinha...

"A nossa casinha", é tão bom termos uma casinha que nos faz sentir bem, aquela era a nossa mas nunca nossa casinha, parecia de bonecas, tudo gigantonicamente pequeno. Lembram-se?
Aquele balcão de cimento que tantas bolas me fez gastar, aquela porta da frente que raramente se abria e quando se abria fazia uma chiadeira terrivél de tão impenada e descaída que tava com aquele tom vermelho escuro a puxar o grená, bem que cena, dois quartitos frente a frente o deles, com aquela cama antiga e típica com aquela imagem do Zé Carlos (Linda), cómoda de 3 gavetas mesmo à frente da cama não cabia noutro lado diga-se de passagem, o guarda-fato no lado direito quem entra no quarto e o berço, o meu berço que agora é do Riqui, branco, que imagem, e de fronte o meu quarto mobília que ainda hoje resiste à tão peristente traça, cama que ainda hoje me aconchega quando quando me apetece, escrevaninha deliciosa que tanto usei e abusei, confidente e amiga, trabalhadora quando precisei, que memória! E a sala, aquele movél castanho escuro com as risquinhas douradas, a bela da mesa redonda com o tampo de vidro, os sofás que eram esponjas fofas e paralelipípidas das élices das primeiras ventoínhas heólicas que chegaram lá, que o meu pai pôs com a magnífica PPM, a sala!!!, aquela televisão que me fascinava absolutamente que tinha uma marca que eu achava ser qualquer coisa de espectacular CEE, lindo, serões passados em família, as brincadeiras, as garagens conseguidas com os joelhos dobrados do grande Armando, os cotores, as órelas a árvore de natal sempre ao canto e ao lado da janela que dava para o quintal. A cozinha, a grande cozinha, movéis de madeira magistralmente colocados e feitos por medida, gavetas perras e pesadas de madeira mociça, os talheres com aqueles símbolos iguais ao simbolo do "naipe de ouros", aquela porta que dava para o sotão, que só se ia lá duas vezes por ano e que para lá ir era preciso engolir um frasco de coragem e rezar para que os roedores não aparecessem, aquela casa de banho construída fora de tempo mas limpa e harmoniosa, esplendorosa arrisco-me a dizer! A porta do quintal que sempre que se abria cortava as ervas que por detrás dela cresciam desenfriadamente, o giló, ei o giló, um carneiro que era tipo cão e que não ladrava porque nunca lhe ensinaram, até a porta abria sozinho, aquele Renault 5 estacionado lá atrás, JI-24-74 era a matrícula. É tão lindo recordar e ser feliz com essas recordações!
É tão lindo!
Eu, Mãe e Pai. O Riqui já quase nem teve lá, teve o suficiente para me lembrar do meu berço que era dele.
Obrigada por tudo adoro-vos aos 3, amo-vos aos 3, sem dúvida os meus melhores amigos.
Snif!
FRLÓ!!!

quinta-feira, 6 de março de 2008

Escola da vida... Boa ou Má?



Será com toda a injustiça com que nos deparamos no dia-a-dia podemos dizer que a escola da vida é uma escola boa? Será que as maldades que sofremos nos permitem filtrar situações de modo a que o que nos fazem não seja razão para fazermos aos outros?
"Que degredo!" diria um velho sábio, situações criadas na mais pura e maquiavélica maldade, cinismos e mentiras, ousadias preversas que nos habitam no pensamento que é de revolta e de mais revolta, como pode ser pergunto eu, será que somos manipulados por forças maiores, será que vivemos uma vida já programa antemão, será? Tanta pergunta, tão pouca resposta, tanta incoerência meu DEUS.
Gritos profundos de silêncio saem do peito e não pela boca, mais pensamentos filtrados esbarram no limiar do recalcamento, tanta mas tanta impotência, gritos de solidão, gritos de revolta, gritos de incompreensão, sempre gritos, sempre barrados pela glote saíndo apenas suspiros e mais suspiros, ningém os vê, ninguém os ouve, ninguém os sente, apenas e digo apenas os imaginam, penso eu!
Uma vida posta no "pause" do comando da consola à espera que alguém decida reinícia-la, e porquê alguém e não eu pergunto, porque não eu?
Mais gritos transpirados tentam sair e sempre a serem reprimidos, a serem controlados, a serem fatigados e massacrados com uma capacidade surpreendente de sustentação e discernimento, que palavra essa discernimento, é preciso tanto e às vezes tão pouco para conseguir ultrapassar barreiras criadas por alguém, ou por ELE.
Palavras ressabiadas na terceira pessoa são escritas em forma de pensamento, em jeito de desabafo, em tom de grito, mas simplesmente escritas, apenas escritas.
Auto-motivação ao rubro, sempre em alta, insuficiente às vezes para conseguir atingir objectivos, será pedir muito um carinho personalizado, tu que estás tão perto mas sempre e sempre tão longe, não em kilometros mas simplesmente distante.
Choro por ti, por ele e por todos, apenas choro sorrindo, reprimindo a minha dor e transbordando a minha alegria. Espero e anseio por ti.
Quando Ele decidir, a hora chegará e aí vou-te ver!
Pensa bem, Age bem e principalmente Discerne bem.
FRLÓ!!!

terça-feira, 4 de março de 2008

Já há luz ao fundo do túnel...

A ADA regressou a casa, após uma vitória surpreendente na passada semana e por uma derrota ainda mais surpreendente de um adversário directo, a ADA tinha toda a moral para continuar a sonhar com o acesso à fase final.
O jogo contra o Ilhavo começou de uma forma normal, a equipa caseira cedo ganhou vantagem controlando o jogo durante todos os 60 minutos, apesar de alguns deslizes defensivos provocados pela falta de ritmo (é mais falta de pernas) a ADA mostrou um discernimento atacante muito bom, jogando bem, com um ataque organizado e aberto ocupando todo o campo, criando muitas dificuldades ao adversário. Vitória da ADA no final do jogo, tudo tranquilo e normal como de esperado. Apesar de depender de terceiros a ADA pode sonhar com a fase final, lá estaremos.
Uma palavra para o SJADA (Sindicato dos Jogadores da Associação Desportiva Albicastrense) que se mantém muito activo e trabalhador, esta semana a publicação semanal do seu jornal foi deverás surpreendedora porque nessa mesma edição não se falou do Mad Dog Melo.... Muy Bien!!!
Força ADA a fase final espera-nos!!!

Apreciação Pessoal: De inicio algumas dificuldades defensivas, mas o ritmo entrou logo no red line como é característica marcante de "moi memme", 8 golos em 12 remates e um de 7 metros foi o saldo, nada mau tendo em conta as últimas exibições menos conseguidas, melhor no ataque como na defesa, com passes certeiros e a defender bem em alturas importantes. Fiquei mesmo satisfeito com a minha prestação. Tou contente.
FRLÓ!!!